terça-feira, 18 de setembro de 2007

Biografia dos Campeões Mundiais de Xadrez

Wilhelm Steinitz

Wilhelm Steinitz nasceu a 17 de Maio de 1836 em Praga, cidade que é atualmente é a capital da República tcheca mas que na verdade pertencia ao Império Austro-Húngaro, e faleceu a 12 de Agosto de 1900 em Nova Iorque. Foi o primeiro campeão do mundo de xadrez (oficialmente declarado) e ficou conhecido pelas suas contribuições para o desenvolvimento de estratégia no xadrez, tendo sido as suas teorias tidas em grande conta por vários jogadores de xadrez, como por exemplo Aaron Nimzowitsch, Siegbert Tarrasch e Emanuel Lasker.
Steinitz foi campeão mundial entre os anos de 1886 e 1894, conservando o título em quatro matches disputados contra Zukertort, Chigorin (por duas vezes) e Gunsberg. Perdeu dois matches com o seu sucessor, Lasker. Steinitz adotou uma abordagem científica ao estudo do jogo, formulando as suas teorias em termos científicos e formulando também “leis”.
Fora da sua atividade no xadrez, Steinitz praticava sapateado. Numa carta a um amigo pouco tempo antes da sua morte, Steinitz expressou o seu arrependimento por nunca ter desafiado o campeão mundial de sapateado, que na altura era o espanhol naturalizado americano Eduardo Corrochio. O seu amor à dança é um indicador da sua personalidade, um homem de paixões e amante de arte, consumido pelo desejo de competir e vencer.
Steinitz adquiriu a nacionalidade americana a 23 de Novembro de 1888, depois de residir na cidade de Nova Iorque durante cinco anos.
Diz-se que nos seus derradeiros dias, Wilhelm Steinitz endoideceu e afirmou que tinha jogado e vencido Deus num jogo de xadrez através de uma linha telefónica invisível. Emanuel Lasker, que arrebatou o campeonato a Steinitz disse numa ocasião, “Eu que derrotei Steinitz irei fazer justiça às suas teorias, e irei vingar os males que sofreu.” Steinitz faleceu pobremente, um fato evidenciado por Lasker, que estava determinado a não seguir pelo mesmo caminho de Steinitz.


Emanuel Lasker


Emanuel Lasker nasceu em 24 de dezembro de 1868 e faleceu em 11 de janeiro de 1941. Foi um jogador de xadrez e matemático alemão, nascido em Berlinchen (atualmente barlinek na Polônia).
Em 1894, Lasker derrotou Wilhelm Steinitz com um resultado de 10 vitórias, 4 empates e 5 derrotas, o que lhe permitiu tornar-se o segundo campeão mundial de xadrez, além disso foi o jogador que manteve este título durante mais tempo, 27 anos. O seu registo de vitórias em torneios inclui vitórias em Londres (1899), São Petersburgo (1896 e 1914) e Nova Yorque (1924).
Em 1921, perdeu o título para o cubano José Raúl Capablanca. Apesar de, um ano antes, Lasker se ter proposto a desistir do título em favor de Capablanca, este quis conquistar o título no tabuleiro.
Em 1933, Emanuel Lasker e a esposa, Martha Kohn, abandonaram a Alemanha (Lasker era judeu e temiam os nazistas) rumo à Inglaterra, e após uma curta estadia na União Soviética acabaram por ir viver para Nova Yorque.
Lasker era conhecido pela sua abordagem “psicológica” ao jogo, por vezes escolhia uma jogada teoricamente inferior para tentar colocar o adversário “desconfortável”. Num jogo famoso contra Capablanca (São Petersburgo em 1914), onde devia ganhar a todo o custo, escolheu uma abertura com propensão para empatar o jogo, o que fez o adversário baixar a guarda e permitiu a Lasker triunfar.
Um dos jogos mais famosos de Lasker é o seu confronto com Bauer (Amesterdã 1889), onde sacrificou ambos os bispos, uma manobra que veio a repetir em vários jogos. O seu nome está associado a algumas aberturas, por exemplo a variação de Lasker do Queen’s Gambit (1.d4 d5 2.c4 e6 3.Cc3 Cf6 4.Bg5 Be7 5.e3 O-O 6.Cf3 h6 7.Bh4 Ce4).


José Raúl Capablanca y Graupera


José Raúl Capablanca y Graupera nasceu emHavana, Cuba, em 19 de Novembro de 1888 e faleceu em Nova Iorque, EUA, em 8 de Março de 1942) foi um jogador de xadrez cubano detentor do título de campeão do mundo da modalidade entre 1921 e 1927.
Carreira
Capablanca é referido por vários historiadores da modalidade como o Mozart do xadrez, uma vez que o seu brilhantismo desde cedo se evidenciou.
Aos quatro anos teria aprendido as regras do xadrez simplesmente observando o seu pai a jogar. Conta-se que Capablanca teria visto o seu pai fazer uma jogada ilegal com o cavalo, acusando-o de fazer batota e seguidamente explicando-lhe o que teria feito.
Com doze anos de idade Capablanca derrotou o campeão de Cuba, Juan Corzo, obtendo o resultado de 4 vitórias, 2 derrotas e 6 empates.

Ascensão

Em 1909, aos 20 anos, Capablanca venceu o campeão dos Estados Unidos, Frank Marshall, uma vitória avassaladora com o resultado de 8 vitórias, 1 derrota e 14 empates. Note-se que Marshall era um jogador com qualidade suficiente para ter disputado um match pelo título de campeão do mundo apenas dois anos antes.
Em 1911, persuadido por Marshall, Capablanca jogou o torneio de San Sebastian, Espanha, um dos mais importantes torneios do mundo na altura, veja-se que dentre os jogadores de topo da época apenas o campeão do mundo, Emanuel Lasker, não estava presente. Ossip Bernstein e Aaron Nimzowitsch discordaram da presença de Capablanca por este ainda não ter vencido um torneio de relevo, a resposta de Capablanca foi vencer a primeira ronda contra Bernstein, tendo este jogo conquistado o prêmio de brilhantismo. Após isto, Bernstein ganhou um novo respeito por Capablanca e afirmou que não seria surpresa para ele se Capablanca viesse a ganhar o torneio. O jovem cubano levou facilmente de vencida Nimzowitsch em alguns jogos blitz que disputaram. Os mestres reconheceram que não havia quem levasse a melhor a Capablanca nas variantes rápidas do jogo. Capablanca venceu ainda Nimzowitsch naquele que foi considerado o jogo do torneio.
Capablanca surpreendeu o mundo do xadrez ao vencer o torneio com 6 vitórias, 1 derrota e 7 empates, superando Akiba Rubinstein, Carl Schlechter e Siegbert Tarrasch.
Em 1911 Capablanca desafiou Lasker para disputarem o campeonato do mundo, este assentiu mas impôs 17 condições para o match. Como Capablanca não acordou com estas condições o match acabou por não se disputar.
Em Setembro de 1913, Capablanca conseguiu lugar no Gabinete dos Negócios Estrangeiros Cubano, onde não tinha qualquer tarefa senão jogar xadrez. Esta posição permitiu-lhe defrontar em vários jogos de exibição os melhores jogadores europeus, onde provou a sua superioridade.
Em 1914, num torneio em São Petersburgo, Capablanca encontrou Lasker no tabuleiro pela primeira vez, e, apesar de ter estado com uma vantagem de 1,5 pontos acabou por perder para Lasker, com 13 pontos contra os 13,5 deste, embora com larga vantagem para o terceiro classificado Alexander Alekhine.

Campeão do Mundo

Em 1920, Lasker verificou que Capablanca estava demasiado forte para ele, e desistiu do seu título em favor deste dizendo que “Você ganhou este título não através dum desafio formal, mas através das suas brilhantes capacidades.” Apesar disso, Capablanca queria vencer num match, mas Lasker insistiu que ele próprio é que era o desafiante, que se disputou em Havana em 1921, o resultado cifrou-se em +4 -0 =10. O feito de ganhar o título de campeão do mundo sem derrotas só tem paralelo na vitória de Vladimir Kramnik sobre Garry Kasparov +2 -0 =14 em 2000.
Já como campeão do mundo, Capablanca dominou absolutamente em 1922 em Londres. Nesta altura apareciam cada vez mais jogadores de qualidade e pensou-se que o campeão do mundo não deveria poder evitar desafios ao seu título, como se verificou até então. Neste torneio os grandes jogadores da época Alekhine, Bogolyubov, Maroczy, Réti, Rubinstein, Tartakower e Vidmar encontraram-se para discutir as regras pelas quais se conduziriam os futuros campeonatos. Entre outras condições, uma imposta por Capablanca foi que o desafiante deveria angariar um mínimo de dez mil dólares para o prize money. Nos anos que se seguiram Rubinstein e Nimzowitsch desafiaram Capablanca mas não conseguiram reunir o dinheiro suficiente. Posteriormente Alekhine desafiou Capablanca, residindo o seu suporte financeiro num grupo de empresários argentinos e no próprio presidente do país.
No período em que foi campeão do mundo, Capablanca teve grandes mudanças na sua vida pessoal, em Dezembro de 1921 casou com Gloria Simoni Beautucourt, deste casamento nasceram José Raul em 1923 e Gloria em 1925, o casal acabou contudo por se divorciar. Neste período os pais de Capablanca faleceram.
Em 1924 Capablanca foi o segundo classificado atrás de Lasker em Nova Iorque, novamente com larga vantagem para o terceiro classificado Alekhine, em Moscou em 1925 ficou-se somente pelo terceiro lugar atrás de Efim Bogolyubov e Lasker, mas dominou completamente o torneio de seis jogadores disputado em Nova Iorque em 1927, ao não perder qualquer jogo e terminando com 2,5 pontos de vantagem para Alekhine. Nestas condições Capablanca era o claro favorito à vitória no match contra Alekhine a disputar nesse ano.

Partida entre Capablanca e Alekhine.

Neste match verificou-se a queda de Capablanca. Apesar de ter tentado fazer Alekhine anular o match quando este rotundou numa série de empates, Alekhine recusou-se e acabou por levar o título com +6 -3 =25, contudo, apesar de acordado nas condições impostas para que o match decorresse que haveria direito a desforra, Alekhine recusou-se a jogar a desforra, em vez disso jogou dois matches contra Efim Bogolyubov, que não era da mesma craveira (Capablanca tinha um registo de 5-0 contra ele). Alekhine recusou-se mesmo a jogar os mesmo torneios que o seu rival.

Após o campeonato

Após ter perdido o título, Capablanca venceu vários torneios fortes, e em 1931 derrotou Max Euwe +2 -0 =8. Em seguida retirou-se do xadrez de alto nível, jogando apenas em jogos de menor responsabilidade no Manhattan Chess Club e simultâneas. Reuben Fine refere que neste período estava a um nível próximo do de Alekhine no blitz, mas Capablanca vencia-o “sem misericórdia” nas poucas vezes que jogaram.
Em 1934, Capablanca voltou a jogar ao mais alto nível. Tinha encontrado uma nova companheira, Olga Chagodayev, com quem casou em 1938, que o levou a jogar novamente. Em 1935, Alekhine perdeu o título para Euwe. Capablanca ficou com esperanças renovadas quanto à possibilidade de recuperar o título, tendo vencido o torneio de Moscou em 1936, à frente de Botvinnik e Lasker. Venceu empatado com Botvinnik o super-torneio de Nottingham também em 1936, à frente de Euwe, Lasker, Alekhine e os jogadores jovens mais promissores, neste torneio Capablanca e Alekhine defrontaram-se pela primeira vez desde o fatídico match e Capablanca conseguiu vingar-se. A sua “raiva mútua” era ainda forte, por isso nunca eram vistos sentados os dois junto ao tabuleiro por mais de alguns segundos, cada um fazia a sua jogada levantando-se em seguida.
Em 1937, Euwe, ao contrário do que Alekhine fez com Capablanca, correspondeu à obrigação de permitir a Alekhine o match de desforra, que este ganhou sem dificuldade. Depois disto, já não havia esperança para Capablanca recuperar o título, e Alekhine não jogou mais nenhum match pelo campeonato do mundo até à sua morte. O controle absoluto que o campeão fazia do título fez com que a FIDE adquirisse o controle da atribuição do título, para garantir que o melhor concorrente tivesse a possibilidade de defrontar o campeão.
Durante o torneio AVRO de 1938 ele sofreu um pequeno ataque cardíaco e também o pior resultado da sua carreira, sétimo de oito. Ainda assim, conseguia obter grandes resultados no tabuleiro, na Olímpiada de xadrez de 1939, em Buenos Aires, conseguiu o melhor resultado para Cuba, vencendo Alekhine e Paul Keres.
Na tarde de 7 de março de 1942, no Clube de Xadrez de Manhattan, Capablanca subitamente sofreu uma severa dor de cabeça e começou a perder a consciência. Foi levado às pressas ao hospital e na manhã seguinte, nos braços de sua mulher Olga, morreu de hemorragia cerebral... Havana enterrou seu herói nacional com honras de Estado.
Meus Grandes Predecessores Vol. 1, G. Kasparov.
Foi neste hospital que Emanuel Lasker tinha falecido um ano antes. O seu arqui-rival Alekhine escreveu “Com a sua morte, perdemos um enorme gênio no xadrez, como nunca veremos igual”.
Jogo

Planilha de notação de uma partida entre Capablanca e Réti, em Nova Yorque, 1924.
Capablanca ainda é considerado como um dos melhores jogadores de todos os tempos. Ele é especialmente conhecido pela sua rapidez de julgamento, isenção de erros, grande qualidade nos finais e estilo posicional. É ainda conhecido pelo seu enorme talento natural e pelo pouco tempo dispendido para preparar-se para os torneios.
Em toda a sua carreira, Capablanca sofreu menos de cinquenta derrotas em jogos oficiais, conseguindo ainda o feito de estar invicto durante oito anos consecutivos, de 1916 a 1923 inclusive, uma série de 63 jogos sem perder incluindo a vitória no campeonato do mundo. De fato, apenas Marshall, Lasker, Alekhine e Rudolf Spielmann ganharam dois ou mais jogos “a sério” ao já amadurecido Capablanca, mas no total dos confrontos saem a perder, Capablanca vs Marshall +20 -2 =28, vs Lasker +6 -2 = 16, vs Alekhine +9 -7 =33, exceto Spielmann que tem o resultado empatado +2 -2 =?. Dos jogadores de topo, apenas Keres tinha vantagem nos confrontos com Capablanca +1 -0 =5, note-se que esta vitória foi conseguida já Capablanca tinha cinquenta anos de idade.
Richard Réti afirmou que “O xadrez era a língua mãe de Capablanca”. E, de acordo com o sistema de classificação de Jeff Sonas, do sítio chessmetrics, Réti não se engana muito, visto Capablanca ter os picos de 1 ano, 3 anos, 5 anos e 9 anos mais altos de sempre.
Capablanca não fundou uma nova escola per se, mas o seu estilo influenciou muito o jogo de dois campeões do mundo Bobby Fischer e Anatoly Karpov. Mikhail Botvinnik também escreveu que tinha aprendido muito com Capablanca, e até apontou que o próprio Alekhine aprendeu muito com este em termos de jogo posicional, antes do match que os iria tornar rivais para sempre.
Botvinnik apontava o livro de Capablanca Chess Fundamentals como indubitavelmente o melhor livro de xadrez alguma vez escrito. Nele, Capablanca referia que apesar de o bispo ser habitualmente mais forte que o cavalo, a combinação dama e cavalo era normalmente superior à combinação dama e bispo. Botvinnik atribui a Capablanca os créditos por ter sido ele o primeiro a ter esta noção.

Morte do xadrez devido aos empates

O Arcebispo e o Chanceler, peças criadas por Capablanca, segundo a concepção do wikipedista Matt Hucke, montadas a partir de peças comuns de xadrez com o uso de estilete e cola.
Capablanca previu que num futuro próximo o xadrez iria deixar de ser praticado em virtude dos freqüentes empates, no sentido em que os mestres podiam, se quisessem e em razão dos seus profundos conhecimentos da teoria enxadrística, empatar todos os jogos. Isto ainda não se verifica, apesar de se ter chegado muito próximo deste ponto. Por exemplo, no primeiro match para o campeonato do mundo entre Karpov e Kasparov, o segundo, encontrando-se à beira da derrota, conseguiu seguir uma linha de jogo menos agressiva levando a uma série de empates tão longa que o match acabou por ser anulado, exatamente o tipo de situação que Capablanca reprovava e tinha previsto.
Para alterar esta questão, Capablanca sugeriu uma nova variante do xadrez, o Xadrez de Capablanca, a ser disputada num tabuleiro de dez por oito casas e com o acréscimo de duas novas peças: o arcebispo e o chanceler. A idéia por trás desta inovação era de que, se fossem adicionadas peças e se o tamanho do tabuleiro também fosse aumentado, a complexidade do xadrez também se ampliaria significativamente, o que permitiria ao jogador apenas um pouco mais habilidoso ter mais oportunidades para virar o jogo a seu favor, no lugar de apenas obter um mero empate. Note-se que esta complexa variante foi proposta por ele enquanto ainda era campeão do mundo.


Alexander Alexandrovich Alekhine


Alexander Alexandrovich Alekhine nasceu em31 de Outubro de 1892, Moscou, Rússia e faleceu em 24 de Março de 1946, em Estoril, Portugal. Foi um jogador de xadrez de grande nível, conhecido pelo seu estilo marcadamente atacante.
Alekhine nasceu no seio de uma família abastada, o pai era proprietário de terras e membro da Duma, enquanto que a mãe era filha de um rico industrial. Foi a mãe que ensinou a Alexander e ao seu irmão a jogar xadrez, em 1903.
O primeiro feito de Alekhine no mundo de xadrez foi em 1909, aos dezessete anos, quando venceu o torneio russo de xadrez para amadores, disputado em São Petersburgo, com um resultado de doze vitórias, dois empates e duas derrotas. Este torneio foi disputado em simultâneo com o de profissionais, ganho por Emanuel Lasker e Akiba Rubinstein. A vitória valeu a Alekhine o título de mestre nacional. Mais tarde neste ano, nos Estados Unidos, o cubano José Raúl Capablanca, com apenas 23 anos de idade, chocou os jogadores americanos ao esmagar Frank Marshall. As vidas de Capablanca e Alekhine iriam cruzar-se em breve.
Em 1914, após ser disputado um torneio em São Petersburgo, Alekhine e Capablanca pertenciam ao grupo dos cinco primeiros jogadores a ganhar o título de grandmaster. Alekhine era bastante cosmopolita, viveu em vários países e falava russo, alemão, francês e inglês.
Depois da Revolução Russa, em 1919, foi dado como suspeito de espionagem e preso em Odessa. Ao ser libertado mudou-se para França em 1921, onde, quatro anos depois, adquiriu a cidadania e entrou na faculdade de Direito da Sorbonne. Apesar da sua tese sobre o sistema prisional chinês não ter sido terminada, ficou conhecido como Dr. Alekhine para o resto da sua vida.
Em 1927 arrebatou a Capablanca o título de campeão do mundo de xadrez. Apesar de acordado nas condições impostas para que o match decorresse que haveria direito a desforra, Alekhine recusou-se a jogar a desforra, em vez disso jogou dois matches contra Efim Bogolyubov, que não era da mesma craveira (Capablanca tinha um registo de 5-0 contra ele). Alekhine recusou-se mesmo a jogar os mesmo torneios que o seu rival (Capablanca).
No ano de 1935 perdeu o título para Max Euwe, uma derrota que foi atribuída ao consumo abusivo de álcool por parte de Alekhine. Em 1936, visto já não ser campeão do mundo, Capablanca ganhou o torneio de Nottingham, este venceu Alekhine no jogo que disputaram e o torneio (empatado com Mikhail Botvinnik). Após abandonar o vício conseguiu brilhantemente reconquistar o título e mostrar mais uma vez que era o melhor do mundo frente a Euwe em 1937, com uma vantagem confortável.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Alekhine jogou em diversos torneios na Alemanha e em territórios ocupados por esta nação. Em 1941 apareceram artigos anti-semitas intitulados Aryan and Jewish Chess, sob o seu nome no Pariser Zeitung. Apesar de investigações intensas, não se conseguiu comprovar se os artigos foram mesmo escritos por Alekhine. Após a guerra foi considerado persona non grata pelos organizadores de torneios.
Alekhine veio a falecer num hotel do Estoril em Portugal, enquanto se preparava para um match para defender o seu título de campeão do mundo contra Botvinnik. Pensa-se que a sua morte, um assunto muito controverso e ainda debatido, se deva ou a um ataque cardíaco, ou a ter sufocado enquanto se alimentava. A este propósito alguns investigadores mais recentes apontam a hipótese de Alekhine ter sido espião (possivelmente alemão) durante a 2ª Guerra e ter sido vítima de homcídio (notar que Lisboa era então uma importante praça giratória da espionagem mundial). A FIDE financiou o funeral, e os seus restos mortais foram transferidos para o Cimetière du Montparnasse, em Paris em 1956.
Alekhine foi o único campeão mundial a reter o título até a sua morte, em uma época em que esse título era tratado como uma propriedade privada do campeão, que podia escolher com quem ele seria disputado.
Alekhine estudava bastante, aparecendo o seu nome associado a várias aberturas. A Defesa Alekhine (1. e4 Cf6 na notação algébrica) é o exemplo mais sonante, também existe o ataque de Alekhine-Chatard (1. e4 e6 2. d4 d5 3. Nc3 Nf6 4. Bg5 Be7 5. e5 Nfd7 6. h4), um sacrifício na Defesa Francesa.


Machgielis (Max) Euwe


Machgielis (Max) Euwe, nascido em Watergraafsmeer, nas proximidades de Amesterdã a 20 de Maio de 1901 e falecido a 26 de Novembro de 1981, foi um jogador de xadrez holandês e o quinto jogador a ganhar o título de Campeão do Mundo de Xadrez (1935-1937).
O Dr. Max Euwe estudou matemática na Universidade de Amesterdã, tendo depois lecionado matemática, primeiramente em Roterdã e posteriormente num liceu para raparigas em Amesterdã. Aplicou os seus conhecimentos em matemática ao estudo de jogos de xadrez infinitos.
Em 1921 sagrou-se campeão holandês de xadrez, conservando o título até 1935. Tornou-se campeão amador de xadrez corria o ano de 1928. A 15 de Dezembro de 1935, depois de 30 jogos disputados em 13 cidades diferentes num período de 80 dias, derrotou o campeão do mundo em título Alexander Alekhine, conquista que muito impulsionou o desenvolvimento do xadrez nos Países Baixos.
Em 1937, Euwe perdeu o título para Alekhine. Após a morte de Alekhine, em 1946, considerava-se que Euwe teria o direito moral à posição de campeão mundial, mas ele assentiu em participar num torneio com cinco competidores pelo título de novo campeão do mundo, torneio esse que se disputou em 1948, tendo Max Euwe acabado em quinto.
Apesar de ser mais velho quarenta anos que Bobby Fischer, Euwe ainda teve a energia e a resistência suficientes para manter o equilíbrio nos resultados entre ambos (+1 -1 =1).
Entre 1970 a 1980, foi presidente da FIDE, tendo desempenhado um papel importante na organização do famoso match entre Boris Spassky e Bobby Fischer.
Euwe escreveu muitos livros sobre xadrez, dos quais os mais conhecidos são Oordeel en Plan e uma série sobre aberturas.
Em Amesterdã existe a Max Euwe Plein (praça Max Euwe, próximo da Leidseplein).


Mikhail Moiseyevich Botvinnik

Mikhail Moiseyevich Botvinnik nascido a 17 de Agosto de 1911 e falecido a 5 de Maio de 1995 nascido em Kuokkala, próximo de Vyborg, apareceram notícias suas no mundo do xadrez quando tinha apenas 14 anos e derrotou o campeão mundial, José Raúl Capablanca.
Progredindo de forma rápida, aos 20 anos de idade já Botvinnik era um mestre soviético de mérito firmado, tendo vencido pela primeira vez o Campeonato Soviético em 1931. Este feito repetiu-se nos anos de 1933, 1939, 1941, 1945 e 1952.
Aos 24 anos, Mikhail Botvinnik competia de igual para igual com a elite mundial, acumulando sucessos em torneios internacionais em alguns dos torneios mais fortes da época. Podemos referir as vitórias em Moscou em 1935 (empatado com Salo Flohr e deixando para trás Emanuel Lasker e Capablanca) e em Nottingham em 1936, para além do prestigioso terceiro lugar (atrás de Reuben Fine e Paul Keres) no torneio AVRO em 1938.
Sem surpresa, Botvinnik continuou a sua senda de sucesso e deteve o título de Campeão do Mundo em três períodos distintos (1948-57, 1958-60 e 1961-63). A sua longa permanência na elite mundial do xadrez é atribuída à sua impressionante dedicação ao estudo. A preparação dos jogos e a sua análise posterior não eram armas que os seus antecessores esgrimissem, sendo contudo este estudo que conferia a Botvinnik muita da sua força. A técnica em vez da táctica, perícia no final em vez das armadilhas nas aberturas.
Adotou e desenvolveu linhas sólidas de aberturas na Nimzo-Indiana, Defesa Eslava e Defesa Francesa, que se aguentaram perante vários testes, sendo-lhe possível concentrar-se num pequeno repertório de aberturas durante os seus match’s mais importantes, permitindo-lhe frequentemente encaminhar o jogo para temas bem preparados. Por várias vezes defrontou, em encontros de treino “secretos”, mestres do calibre de Flohr, Yuri Averbakh e Viacheslav Ragozin. Foi o desvendar, muitos anos depois, dos detalhes destes encontros, que proporcionou aos historiadores do xadrez uma abordagem inteiramente nova ao reinado de Botvinnik.É talvez surpreendente que Mikhail Moiseyevich Botvinnik não seja solidamente apontado como um concorrente ao título de melhor jogador de todos os tempos.
Por um lado, os seus feitos foram indubitavelmente impressionantes e deve ser recordado que muitos dos seus rivais, os mais jovens Paul Keres, David Bronstein, Vasily Smyslov, Mikhail Tal e Tigran Petrosian eram, por mérito próprio, jogadores formidáveis. Ele ainda iniciou uma nova forma de encarar o xadrez, com a sua forma de treino e profunda preparação das aberturas.
Por outro lado, os críticos apontam o facto de raramente aparecer em torneios após a Segunda Guerra Mundial e o seu registo fraco em match’s do campeonato do mundo – duas derrotas, das quais conseguiu recuperar o título na desforra, tendo lutado para conseguir empatar os outros dois match’s. Muitos consideram ainda que o jogo de Botvinnik era baseado na precisão dos movimentos, em vez de o ser nas jogadas intuitivas ou espectaculares – embora o jogador, de classe mundial, Reuben Fine tenha escrito que a coleção dos melhores jogos de Botvinnik era uma das “três mais belas”.
Três fatores contrinbuíram para o seu registo algo inconsistente. A Segunda Guerra Mundial rebentou exatamente quando Botvinnik entrou no seu melhor período – ele poderia ter sido campeão mundial 5 anos mais cedo, se a guerra não tivesse interrompido as competições internacionais de xadrez. Ele foi o único enxadrista de classe mundial que tinha em simultâneo com a sua atividade no xadrez, uma distinta e longa carreira noutra área – o governo soviético condecorou-o pelos seus feitos em engenharia, e Fine contava uma história que mostrava que Botvinnik estava igualmente comprometido com a engenharia e o xadrez. Finalmente, os campeões do mundo anteriores estavam livres para evitar os seus concorrentes mais fortes, da mesma forma que se passa com os pesos pesados do boxe atualmente – Botvinnik foi o primeiro campeão a ter de enfrentar os seus concorrentes mais fortes de três em três anos, e ainda assim conservou o título mais tempo que qualquer um dos seus sucessores exceto Garry Kasparov.
Dos anos 60 em diante, Mikhail Botvinnik preferiu, em vez da competição, dedicar-se ao desenvolvimento de programas de xadrez para computador e assistir e treinar jogadores mais novos – os três famosos K’s soviéticos Anatoly Karpov, Garry Kasparov e Vladimir Kramnik foram três dos seus muitos estudantes.


Vasily Vasiliyevich Smyslov


Vasily Vasiliyevich Smyslov nascido a 24 de Março de 1921 na rússia e é um jogador de xadrez, tendo sido Campeão Mundial desde 1957 a 1958.
Smyslov foi cantor (tinha uma boa voz de barítono), só se decidindo por uma carreira no xadrez ao não conseguir ser aceite no Teatro Bolshoi, após uma audição, em 1950. Posteriormente, chegou a dar recitais durante torneios de xadrez, frequentemente acompanhado pelo também grandmaster (grande mestre, distinção atribuída no mundo do xadrez segundo critérios muito restritos) e pianista Mark Taimanov.
Vasily Smyslov jogou em 1948 no torneio (Campeonato do Mundo de Xadrez) organizado para determinar quem ganharia o título de campeão, sucedendo ao falecido Alexander Alekhine, acabando em segundo atrás de Mikhail Botvinnik. Após triunfar no torneio dos candidatos em 1953 em Zurique, ele ganhou o direito a jogar um match com Botvinnik no ano seguinte. Este match acabou empatado, o que implicava a conservação do título por Botvinnik. Voltaram a jogar em 1957 (Smyslov ganhara novamente o torneio de candidatos, realizado em 1956 em Amsterdã) triunfando Smyslov pelo resultado de 12,5 – 9,5. No ano seguinte Botvinnik exerceu o seu direito à desforra recuperando o título com o resultado de 12,5 – 10,5.
Vasily não voltou a qualificar-se para outra final do Campeonato do Mundo, mas continuou a jogar nas provas de qualificação. Em 1983 foi até à final dos candidatos (o match que determina com o campeão, na altura Anatoly Karpov), perdendo por 8,5 – 4,5 com o futuro campeão Garry Kasparov. Nas eliminatórias anteriores tinha defrontado Zoltan Ribi (na meia-final, com o resultado de 6,5 – 4,5) e Robert Hübner (nas quartas de final, com o resultado de 7 – 7, tendo sido a roleta a decidir o jogador a avançar).
Em 1991 Vasily Smyslov ganhou o primeiro Campeonato Mundial de Xadrez Sênior, e tem posto em ação sobre o tabuleiro os seus dotes em jogos não competitivos, desde um torneio realizado em 2001 em Amsterdã, o Klompendans Veterans versus Ladies. O seu rating ELO após o evento cifrava-se em 2494. Actualmente a sua visão está bastante debilitada.
Vasily Vasiliyevich Smyslov é conhecido pelo seu estilo posicional e, em particular, pela qualidade com que dirige os seus finais.


Mikhail Nekhemievich Tal


Mikhail Nekhemievich Tal, nasceu em Riga letôna, 9 de Novembro de 1936 e faleceu em Moscou, 28 de Junho de 1992 foi o oitavo campeão do Mundo de Xadrez.
Conhecido como "O Mago de Riga", Tal pode ser considerado como um clássico jogador de ataque, com um jogo extremamente poderoso e cheio de recursos. A sua forma de encarar o tabuleiro era bastante pragmática a este respeito, ele é um dos herdeiros do ex-campeão mundial Emanuel Lasker, pois não hesitava em sacrificar material de forma a conquistar a iniciativa (que em xadrez se define como a capacidade de fazer ameaças a que o oponente deve responder) do jogo. O seu primeiro e mais influente treinador foi Alexander Koblentz.
O estilo de jogo de Mikhail Tal foi reduzido, pelo também ex-Campeão Mundial Vasily Smyslov, a um conjunto de “truques”, contudo Tal bateu convincentemente todos os grandmasters (grandes mestres) recorrendo a sua habitual agressividade (Viktor Korchnoi é um dos poucos com um registo assinalavelmente positivo nos confrontos com Tal). Os sacrifícios intuitivos a que Mikhail Tal recorria criavam fortes complicações, parecendo mesmo impossíveis de resolver a muitos mestres os problemas que Tal criava no tabuleiro, embora análises pós-jogo mais profundas encontrassem falhas nos seus raciocínios.
Acima de tudo Tal amava o jogo em si mesmo e considerava que o “Xadrez, antes de tudo, é uma Arte.” Era capaz de jogar numerosos jogos blitz contra desconhecidos ou jogadores relativamente fracos apenas pelo prazer de jogar!
O domínio de Mikhail Tal sobre Bobby Fischer nos seus primeiros anos ajudou a sua subida ao topo. Em 1960, com 24 anos de idade, Tal derrotou o estrategista Mikhail Botvinnik num match decidindo o Campeonato do Mundo, fazendo-o o mais jovem campeão do mundo de sempre (um recorde posteriormente batido por Garry Kasparov, que arrebatou o título aos 22). Em 1961, Botvinnik ganhou o match de desforra contra Tal, após um demorado estudo do estilo do adversário. Os problemas crónicos de rins que apoquentavam Mikhail Tal podem também ter contribuído para a sua derrota.
Um dos grandes feitos da fase mais tardia da carreira de Tal foi, em 1979, a igualdade no primeiro lugar com Anatoly Karpov no “Torneio das Estrelas” em Montreal – onde teve prestações soberbas contra os mais fortes grandmasters da época.
Dos atuais jogadores de topo, o letão naturalizado espanhol Alexei Shirov é provavelmente o mais influenciado, ou inspirado, pelo estilo pleno de sacrifícios de Mikhail Tal. De fato na sua juventude ele estudou com Tal. Muitos outros mestres e grandmasters letonianos, por exemplo Alexander Shabalov e Alvis Vitolins, têm jogado de forma similar, fazendo alguns falarem de uma “Escola Letã de Xadrez”.


Tigran Vartanovich Petrosian


Tigran Vartanovich Petrosian nasceu em17 de Junho de 1929, Tbilisi, Geórgia, e faleceu na URSS em 13 de Agosto de 1984, Moscou foi um jogador de xadrez e Campeão do Mundo da modalidade.
Os seus resultados no torneio trienal, que determina o jogador que se bate com o campeão do mundo pelo título da modalidade, demonstram uma sólida evolução: 5º em Zurique em 1953; 3º lugar partilhado em Amsterdã em 1956; 3º na Iugoslávia em 1959; 1º em Curaçao em 1962. Em 1963 derrotou Mikhail Botvinnik com o resultado 12,5 – 9,5 tornando-se campeão do mundo de xadrez.
Petrosian defendeu o seu título em 1966, derrotando Boris Spassky por 12,5 – 11,5. Contudo, em 1969, o mesmo Spassky derrotou-o por 12,5 – 10,5. Em 1968, a universidade de Yerevan concedeu-lhe um mestrado, tendo Tigran apresentado a tese “Lógica no Xadrez”.
Tigran Vartanovich Petrosian foi o único jogador a ganhar um jogo de Bobby Fischer durante os últimos jogos do torneio de candidatos de 1971, acabando com a sequência impressionante de Fischer de dezenove vitórias consecutivas (6 ainda nos jogos do agrupamento Interzonal, 6 frente a Mark Taimanov, 6 frente a Larsen e ainda o primeiro jogo do seu match).
O seu nome batiza duas importantes aberturas: a variação de Petrosian da Defesa Indiana de Rei (1. d4 Nf6 2. c4 g6 3. Nc3 Bg7 4. e4 d6 5. Nf3 O-O 6. Be2 e5 7. d5) e também a na Indiana da Rainha (1. d4 Nf6 2. c4 e6 3. Nf3 b6 4. a3).


Boris Vasilievich Spassky


Boris Vasilievich Spassky, nasceu em Leningrado, 30 de Janeiro de 1937, é um jogador de xadrez russo naturalizado francês e, antigo campeão mundial.
Aprendeu a jogar xadrez aos cinco anos de idade e, aos 18 ganhou o Campeonato do mundo de xadrez júnior, disputado na cidade belga de Antuérpia, e tornou-se grandmaster (grande mestre, distinção atribuída no mundo do xadrez segundo critérios muito restritos).
Spassky era considerado um jogador equilibrado podendo adaptar o seu estilo de jogo ao adversário, o que lhe conferiu uma boa vantagem para levar de vencida muitos grandmasters de topo. Por exemplo, no match da final do torneio dos candidatos (onde o vencedor será o contendor do campeão do mundo em título, disputando-lhe o título) contra Mikhail Tal o tático e lendário (Tbilisi, 1965), Spassky consegui conduzir o jogo evitando a força da táctica de Tal.. Esta vitória conduziu-o para o seu primeiro match pelo Campeonato do Mundo contra Tigran Petrosian em 1966. Spassky acabou por perder por 12,5 – 11,5, mas ganhou o direito a desafiar Petrosian novamente três anos depois. Mais uma vez, a flexibilidade do estilo de Spassky foi a chave para a vitória que acabou por celebrar contra Petrosian, por 12,5 – 10,5, no campeonato de 1969 – ao adotar o estilo de Petrosian.
O reinado de Boris Vasilievich Spassky como Campeão do Mundo durou apenas três anos, uma vez que perder o título para o americano Bobby Fischer em 1972, no denominado “Match do Século”. A disputa foi em Reykjavík, capital da Islândia, no auge da Guerra Fria e consequentemente foi vista como um símbolo da confrontação política existente. Fischer ganhou e Spassky voltou para a URSS em desgraça, apesar disso Spassky continuou a jogar ganhando vários campeonatos incluindo o Campeonato Soviético em 1973.
Em 1974, no apuramento dos candidatos, Spassky perdeu para a estrela em ascensão Anatoly Karpov em Leningrado, +1 -4. Karpov reconheceu publicamente a superioridade de Spassky, mas após uma série de jogos soberbos, Karpov conquistou os pontos suficientes para conquistar o match.
Nos anos seguintes Spassky mostrou-se relutante a dedicar-se totalmente ao xadrez. Confiando no seu talento natural soberbo para o jogo, e por vezes preferia jogar uma partida de tênis, em vez de trabalhar afincadamente no tabuleiro. Com efeito, o Campeonato Mundial de 1972 e o match dos candidatos contra Karpov em 1974 assinalaram o início duma fase descendente da carreira de Spassky. Spassky casou-se com uma senhora francesa na década de 70, adquirindo a nacionalidade francesa em 1978.
Em 1992 Fischer, após um afastamento de 20 anos do xadrez, reapareceu para jogar contra Spassky em Belgrado e Montenegro, reeditando o Campeonato Mundial de 1972. Na altura, Boris Spassky ocupava a 106ª posição no ranking da FIDE, enquanto Fischer, devido à sua inatividade durante 20 anos, nem aparecia na lista. Este match foi basicamente o último grande desafio de Boris, infelizmente problemas de saúde não lhe permitiram apresentar uma performance credível exceto em algumas partidas – o resultado foi +5 -10 =15.


Robert "Bobby" James Fischer

Robert "Bobby" James Fischer, nascido em Chicago em 9 de março de 1943, é um famoso enxadrista americano. Filho de pai judeu-alemão e mãe americana, aprendeu a jogar xadrez aos 6 anos com sua irmã mais velha, que o entretinha com diversos jogos (um deles o xadrez) enquanto a mãe ia trabalhar, pois o pai era ausente e pouco se sabe dele. Mudou-se cedo para Nova Iorque, onde pôde envolver-se em grandes clubes seculares como o Marshall e o Manhattan.
Aos 13 anos jogou "a partida do século" num torneio de Mestres em 1956 contra Donald Byrne, irmão de Robert Byrne, o qual também era Grande Mestre e foi vítima de uma das maiores partidas de Fischer no US-ch 1963, a qual Fischer venceu com 100% de aproveitamento, 13 em 13 possíveis, feito igualado somente por Emanuel Lasker, na Alemanha.
Se não bastasse ainda Fischer venceu o campeonato americano oito vezes em oito participações, sendo a primeira aos 14 anos em 1957 e a segunda aos 15, em 1958. Demonstrou grande força de cárater ao vencer jogadores tão fortes como Samuel Reshevsky (considerado pelo próprio Fischer como um dos 10 melhores de todos os tempos), com tão pouca idade.
De Dezembro de 1962 até o fim da sua carreira, em 1972, Fischer venceu todos os torneios que disputou, exceto dois, nos quais terminou em segundo lugar. Um vencido por Boris Spassky e o outro vencido por Smyslov.
Geralmente Fischer vencia os abertos e grandes torneios que participava com 3 ou 3,5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
Mas a principal façanha da sua carreira foi na classificação pra chegar à final do mundial contra Spassky. Fischer venceu Taimanov (jogador TOP 10) por 6x0 num jogo melhor de 10. Fischer venceu Larsen (jogador top 5) por 6x0 num jogo melhor de 10 e venceu Petrosian por 7,5 x 2,5 num jogo melhor de 10. Com tais resultados e a vitória sobre Spassky na final do mundial Fischer terminou sua carreira em 1972 com uma pontuação de 2780, marca só superada em 1987/1988 por Kasparov, quase 15 anos depois. Quando Fischer atingiu 2780 o segundo lugar tinha 2625 (Spassky); já quando Kasparov atingiu os 2780 o rating já estava inflado e o segundo lugar, Karpov, tinha mais de 2700. Ou seja, o espaço entre Fischer e seus contemporâneos era muito superior ao de Kasparov em relação aos seus.
Havia uma hegemonia russa desde quando Alekhine derrotou Capablanca em 1927. Após a recusa de Fischer defender o título em 1975, a hegemonia de russos voltou e durou até o indiano Viswanathan Anand vencer o Mundial FIDE de 2000.
Fischer foi preso no Japão e lutou contra sua extradição para os Estados Unidos por quase um ano. A Islândia ofereceu cidadania a Fischer, tendo ele aceitado. Livre então pela cidadania islandesa, Fischer seguiu viagem para a Islândia chegando no dia 23 de março de 2005. Fischer agora é cidadão islandês.
"Excêntrico, arrogante, insano, incomparável e genial, era Bobby Fischer. Para aqueles que o admiram esta é das personalidades mais intrigantes e surpreendentes. Para aqueles que o desconhecem era arrogante, para aqueles que ouviram falar dele, um gênio, para os que o conhecem um Deus." Autor Desconhecido, falando sobre Fischer.
"Não sou um computador como os outros querem pensar. Botvinnik disse uma vez que calculo melhor que os demais, que sou uma máquina, um homem prodígio e tambem fui uma criança prodígio. Aqui não há prodígio algum. Sou meramente um homem, mas um homem extraordinário. Estudo e aprendo cada dia mais e mais, um dia hão de ser meus o carro mais caro e a casa mais bonita. Na América não há ninguém que possa comparar-se comigo. Fui campeão nacional 7 vezes o que começa a ser fatigante. Aos 14 anos fui campeão nacional, com 16 "grande mestre", com 27 anos sou o melhor do mundo e com 28 serei declarado oficialmente campeão mundial. Meu objetivo é que ninguém no planeta saiba "mexer as peças" melhor do que eu!" Robert James (Bobby) Fischer, 1971.


Anatoly Evgenevich Karpov

Portador de um estilo único de jogo, Karpov foi influenciado bastante por três campeões mundiais: foi responsável pelo estudo científico de aberturas em desuso na sua época( as mesmas jogadas pelo seu ídolo, José Raúl Capablanca); Desenvolveu conceitos de superproteção de casas agudas e estudos sobre reposicionamento das peças(estudo iniciado por Tigran Petrosian); e por fim tornou-se o jogador de maior conhecimento em finais de jogo, sendo assim considerado por atletas notáveis, como Garry Kasparov, junto a Vassily Smyslov.
Karpov foi o primeiro campeão mundial de xadrez a ganhar o título sem disputar uma final. O seu adversário em 1975, o estado-unidense Bobby Fischer, desistiu de disputar a final pois não concordava que o match tivesse um número determinado de jogos. A proposta de Bobby Fischer era sagrar campeão quem obtivesse primeiro 9 vitórias, sem limite para o número de jogos na final. O presidente da FIDE na época, o ex-campeão mundial Max Euwe, não concordou e deu o campeonato a Karpov, uma vez que o mesmo já havia vencido Viktor Korchnoi e Boris Spassky (junto com Fischer e Karpov, os jogadores mais fortes da época) nas semifinais.
Karpov perdeu o título de campeão mundial para o jovem e determinado Garry Kasparov, no segundo Match entre os dois (o primeiro estava Karpov 5x0 Kasparov, mas, por motivos da frágil saúde de Karpov, o match foi cancelado).
Durante a década de 90, após a criação da PCA, Karpov voltou a tornar-se campeão Mundial pela FIDE.
Ainda nesta década, conseguiu o feito histórico de alcançar o rating performance de 2799, no tradicional torneio de Linares, ficando 2,5 pontos a frente do seu arqui-rival, Garry Kasparov.


Garry Kimovich Kasparov

Garry Kimovich Kasparov nasceu em Baku, Azerbaijão, em 13 de abril de 1963 é um dos maiores campeões de xadrez de todos os tempos, com títulos mundiais consecutivos de 1985 a 2001. Possui a dupla nacionalidade russa e americana.
Em 1992, Kasparov e Nigel Short acusaram a FIDE de falta de profissionalismo e favoritismo. Além disso, os dois recusaram ceder 25% dos prêmios para a FIDE que terminou por retirar o título de Campeão Mundial de Xadrez de Kasparov e negou a Short o direito de desafiar Kasparov.
Em 1993, a PCA foi criada por ele, na época o campeão mundial pela FIDE, e Short, para a organização e divulgação do campeonato que conferiria ao vencedor o novo título de campeão do mundo.
Em outubro de 1993, o duelo entre Kasparov e Short aconteceu no Savoy Theatre de Londres. Kasparov ganhou claramente (12.5-7.5) e tornou-se Campeão Mundial PCA. Como a FIDE expulsara Kasparov e Short, Anatoly Karpov jogou contra Jan Timman pelo título mundial da FIDE, onde Karpov triunfou. Pela primeira vez na história do enxadrismo existiam dois campeões do mundo, o campeão mundial da FIDE Karpov e o campeão mundial PCA Kasparov.
Em 1995, Kasparov defendeu seu título PCA contra o GM indiano Viswanathan Anand no World Trade Center, num match iniciado em 1 de setembro de 1995. Kasparov ganhou o match de vinte partidas (10.5-7.5). A PCA encerrou suas atividades por falta de patrocínio, quando a Intel deixou de subvencionar a associação. Quando Kasparov enfrentou Vladimir Kramnik em 2000, em Londres, já era sob a tutela da Braingames. Kramnik ganhou o match (8.5-6.5), e pela primeira vez em quinze anos Kasparov não era detentor de nenhum título mundial. Ele foi o primeiro enxadrista a perder uma disputa pelo campeonato mundial sem ter ganhado nenhuma partida desde a derrota de Lasker para Capablanca em 1921.
No mês de fevereiro de 1996, o computador Deep Blue surpreendeu o mundo ao vencer uma partida contra Kasparov, mas o ex-campeão venceu três jogos e empatou duas, vencendo a disputa de seis rodadas. Em maio de 1997, em uma outra partida, o computador derrotou Kasparov pela primeira vez. A IBM mantém uma página do evento.
Kasparov anunciou, para surpresa geral, sua aposentadoria em março de 2005, após vencer o Torneio de Linares.
Kasparov foi preso em 14 de abril de 2007, após liderar uma manifestação contra as medidas tomadas pelo presidente russo Vladimir Putin e foi liberado horas depois. Existem boatos de que ele irá se candidatar em 2008 para a presidência da Rússia.


Vladimir Borisovich Kramnik

Vladimir Borisovich Kramnik nasceu em 25 de junho de 1975, Tuapse, Rússia é o atual campeão mundial de xadrez.
Kramnik aprendeu os conceitos mais básicos do xadrez aos 5 anos de idade, sendo treinado por um tempo pelo pai, Zeshkovsky. Kramnik conseguiu seu título de mestre internacional quando tinha apenas 11 anos, e conseguiu seu primeiro grande título na carreira em 1995, na cidade de Guarapuava, Brasil.
Em 1992 foi apontado por Garry Kasparov, campeão mundial na época e que reconhecia a habilidade de Kramnik, como um possível aspirante ao título do mundo, para integrar a equipe russa nas Olimpíadas de Xadrez de Manila. Vladimir conseguiu 8,5 dos 9 pontos possíveis e conquistou o título de Grande Mestre Internacional de Xadrez.
O estilo de jogo de Kramnik é prudente e extremamente precavido, assim sendo não gosta muito de assumir riscos no tabuleiro. Esse estilo faz com que perca um número reduzido de partidas.
Considerado por muitos, juntamente com Viswanathan Anand, um forte candidato a tirar o título mundial de Kasparov, conseguiu o feito em 2000, sendo até hoje o campeão mundial de xadrez pela WCC (Conselho Mundial de Xadrez), que é uma entidade dissidente da FIDE (Federação Internacional de Xadrez), órgão máximo do xadrez mundial. Kramnik está em sexto lugar no Rating da FIDE.
Entre 25 de novembro e 5 de dezembro de 2006 Kramnik enfrentou o computador Deep Fritz e foi derrotado, perdendo 2 partidas e empatando 4. Na primeira derrota, Kramnik, concentrado apenas no flanco da dama onde um peão passado poderia levá-lo a vitória, deixou passar a possibilidade de Fritz aplicar-lhe mate na jogada seguinte e perdeu um jogo que poderia ter ao menos empatado facilmente.


Alexander Valeryevich Khalifman

Alexander Valeryevich Khalifman nasceu em18 de Janeiro de 1966 e é um jogador de xadrez russo.
Alexander Khalifman obteve o seu título de Mestre Internacional em 1990, ano em que venceu o open de Nova Iorque à frente de vários jogadores de qualidade. É sobretudo conhecido por ter conquistado em 1999 o título de campeão do mundo de xadrez pela FIDE, título que preservou até ao ano seguinte quando o perdeu para Viswanathan Anand.
Em Abril de 2005 o seu rating na FIDE era de 2658, correspondendo ao 42º lugar mundial.


Viswanathan Anand


Viswanathan Anand, também conhecido como Vishy Anand, nasceu em 11 de Dezembro de 1969, Chennai e é um grande mestre de xadrez indiano. Em Janeiro de 2005 o seu rating na FIDE era 2786, fazendo dele o número dois do mundo, atrás de Garry Kasparov.
Carreira
A ascensão de Anand no mundo do xadrez indiano foi meteórica. Sucessos de nível nacional cedo apareceram, em 1983, aos catorze anos de idade venceu o campeonato de xadrez indiano (categoria sub-junior) com um registo de 9/9. Tornou-se o indiano mais jovem de todos os tempos a obter o título de International Master com quinze anos, em 1984. Com dezesseis anos tornou-se campeão nacional, título que ganhou mais duas vezes. Por também jogar na velocidade blitz (o tempo para terminar o jogo é muito reduzido, 5 minutos), ganhou a alcunha de “Lightining Kid” (rapaz relâmpago, uma vez que na Índia em vez de se utilizar o termo blitz, utiliza-se o termo lightining). Em 1987, foi o primeiro indiano a ganhar o Campeonato do mundo de xadrez júnior. Aos dezoito anos tornou-se o primeiro Grandmaster indiano.
Anand, apareceu nos maiores escalões do xadrez no início da década de 1990, ganhando torneios de prestígio como o Reggio Emilla em 1991 (à frente de Garry Kasparov e Anatoly Karpov, que estavam em grande forma). Apesar de jogar a tão alto nível não abrandou, continuando a jogar na velocidade blitz.
Entre os seus sucessos mais recentes em torneios contam-se a vitória em Dortmund em 2004, bem como as vitórias em 2003 e 2004 no prestigiado Corus chess tournament (Wijk aan Zee).
Na Índia Viswanathan Anand é visto como uma celebridade, ao nível dos melhores jogadores de críquete.
Anand tem estado no top-cinco do ranking já há uma década, sendo a maior parte desse tempo passado no top-três. Anand tem sido o jogador não russo mais forte desde Bobby Fischer. Como Fischer, também Anand ganhou por três vezes o 'Chess Oscar (literalmente, Oscar do xadrez, um importante prémio que distingue anualmente um jogador de xadrez encarado como superior aos outros nesse ano), nos anos de 1997, 1998 e 2003.

Campeonatos do Mundo de Xadrez

Viswanathan Anand qualificou-se para a final do Campeonato do Mundo de Xadrez da PCA (Professional Chess Association) após ter levado de vencida na qualificação Michael Adams e Gata Kamsky. Em 1995, jogou a final contra Kasparov no World Trade Center em Nova Iorque. Após um início marcado por oito empates (um record em matches a contar para o campeonato do mundo), Anand venceu o nono jogo, perdendo depois quatro dos cinco jogos seguintes, cifrando-se o resultado do match numa derrota por 10,5–7,5.
Após várias tentativas frustradas por pouco, Anand conseguiu finalmente vencer o campeonato do mundo da FIDE em 2000, após ter batido Alexei Shirov, tornando-se o primeiro indiano a ganhar este título.
Em Outubro de 2003, a FIDE organizou um torneio em Cap d’Agde denominando-o como World Rapid Chess Championship (literalmente, campeonato do mundo de xadrez rápido). Cada jogador dispunha de 25 minutos para concluir o jogo, sendo-lhe concedidos mais dez segundos após cada jogada. Anand venceu esta prova à frente de dez dos doze jogadores de topo, a nível mundial, sendo Kasparov o único a não ter comparecido.


Ruslan Ponomariov

No início da sua carreira no mundo do xadrez alcançou alguns resultados de vulto. Em 1994 classificou-se no terceiro lugar do Campeonato do Mundo sub-12, tinha dez anos de idade, no ano seguinte aos onze anos ganhou o dito campeonato. Em 1996 ganhou o Campeonato da Europa sub-18, contava apenas doze anos de idade. Em 1998, aos catorze anos foi-lhe atribuído o título de grandmaster (grande mestre, distinção atribuída no mundo do xadrez segundo critérios muito restritos), sendo na altura o jogador mais novo de sempre a receber esta distinção.
De entre os resultados mais notáveis de Ponomariov podem ser referidos a vitória no Donetsk Zonal de 1998, quinto de sete na taça europeia de clubes (onde venceu o então campeão do mundo pela FIDE, Alexander Khalifman), primeiro ex aequo com 7,5 em 9 pontos possíveis em Torshavn em 2000, 8,5 pontos em 11 para a Ucrânia na Olimpíada de 2001 em Istambul, primeiro lugar com 7 em 10 na Governor’s Cup em Kramatorsk em 2001.
Em 2002 venceu o seu compatriota Vasily Ivanchuk na final do campeonato do mundo da FIDE, com um resultado de 4,5-2,5, tornando-se, aos dezoito anos de idade, o primeiro adolescente a conquistar um título de campeão do mundo. No mesmo ano ficou em segundo num torneio de Linares muito forte, apenas atrás de Garry Kasparov. Em 2003 teve uma prestação não muito boa no torneio de Wijk aan Zee, ao classificar-se em 11º de 14, com um resultado de 6 em 13, ainda neste ano ficou em quinto de sete no torneio de Linares com 5,5 em 12.
Existiram planos para que jogasse um match de catorze jogos contra Kasparov em Ialta em Setembro de 2003, o vencedor iria jogar contra o vencedor do match entre Vladimir Kramnik e Péter Léko, como definido no denominado “Acordo de Praga” para que se reunificasse o título de campeão do mundo (desde 1993 que se verificou a cisão). Contudo, esta iniciativa foi abortada visto Ponomariov ter-se recusado a assinar o contrato sem reservas. Ponomariov manteve o título de campeão da FIDE até que Rustam Kasimdzhanov o venceu em 2004.
Quando joga com as brancas, Ponomariov por norma inicia o jogo com 1. e4, entrando nas linhas principais da Defesa Siciliana ou então da abertura Ruy Lopez. Com as pretas, responde a 1. e4 ou com 1… e5, entrando na abertura Ruy Lopez, ou jogando a Defesa Siciliana; contra 1. d4 costuma optar por diversas defesas, como o queen’s Gambit da Dama Acepted e a Indian defense de Dama ou Indian defense de Rei. Anteriormente na sua carreira utilizava o Gambit de Benko e a Pirc Defense, mas a partir de 2003 o seu repertório deixou de incluir estas opções.


Rustam Kasimdzhanov


Rustam Kasimdzhanov é um grande mestre de xadrez que nasceu em 5 de dezembro de 1979 que desde 1992. foi o campeão do mundo FIDE durante 2004-05.
Seus melhores resultados incluem o torneio da Ásia de 1998, segundo lugar no campeonato mundial de 1999, campeão na essen 2001, campeão em Pamplona 2002 (que ganha um playoff blitz de encontro ao vencedor de Bologan depois que ambos tinham terminado o torneio principal em 3.5-6) primeiro com o 8-9 no Vlissingen abrem 2003, junção primeiramente com Dieter Nisipeanu de Liviu com o 6/9 em Pune 2005, uma medalha de bronze que ganha pelo desempenho 9.5-12 para seu país nas olimpíadas de xadrez em 2000, campeão da runner-upmundial. Perdeu seu título mundial FIDE em 2002 (perdendo para Viswanathan Anand na final). Jogou no torneio prestigiado de Wijk Zee duas vezes, mas não executou bem seus jogos. Em 1999 terminou em 11° de 14 com 5-13, em 2002 terminou em 13° de 14 com 4.5-13.
No campeonato mundial de 2004 da FIDE, Kasimdzhanov derrotou Alejandro Ramirez Ehsan Ghaem Maghami, Vasily Ivanchuk, Zoltán Almási, Alexander Grischuk e Veselin, ganhando de Topalov.
Na lista de abril 2007 FIDE Kasimdzhanov teve uma avaliação de rating de 2683, sendo o número 27 no mundo e no número um de Uzbequistão. Foi avaliado em 2706 de rating (na lista de outubro 2001). Em Setembro-Outubro 2005 Kasimdzhanov jogou no Championship 2005 do Chess do mundo de FIDE (San Luis 2005) onde venceu Michael Adams em 6-7.
Em 2006, Kasimdzhanov ganhou o torneio dos mestres de Córsega na modalidade knock-out.
De maio a junho de 2007, Kasimdzhanov jogou as preliminares do campeonato mundial de 2007. Seu primeiro oponente era Boris Gelfand. Foram regulares todos os seis jogos. Então Gelfand ganhou por 2.5-0.5, eliminando Kasimdzhanov do torneio.


Veselin Topalov


Veselin Topalov nasceu em 15 de Março de 1975, Ruse, Bulgária e é jogador e detentor do título de grande mestre de xadrez búlgaro. Segundo colocado no ranking mundial empatado com Anand na lista divulgada em Julho de 2005 pela Fide.
"Numa entrevista publicada recentemente contava que escolheu a Espanha para formar-se enxadristicamente: "Necessitava jogar muitos torneios para amadurecer e colher experiência, e a Espanha estava em plena expansão em termos de organização. Meu treinador conseguiu que me convidassem para os torneios de Elgoibar, Oviedo e Las Palmas, onde reparti a primeira posição com Viktor Korchnoi e Zenón Franco. Em 1992 joguei mais de 20 torneios abertos, nas mesmas circunstâncias, seria incapaz de realizar. Estes dois anos na Espanha me serviram para aumentar meu rating de 2460 (ao redor de 1500 na classificação mundial) para 2670 (12º do mundo) e converter-me num verdadeiro profissional. Foram tempos difíceis a princípio, quando só sabia algumas palavras de espanhol."


Atualmente o campeão mundial é Vladimir Borisovich Kramnik.